Once upon a time parte treze
Once upon a time parte treze...... to be continued
Estávamos em pleno
final de ano, as lojas em Sidney todas decoradas, os enfeites natalinos tomaram
conta do comércio. O ar era festivo e as famílias se preparavam para se reunirem,
não poderia ser diferente na cobertura onde a princesa morava com sua família. Naquela
tarde um telefonema veio tirá la da rotina e remeteu a ao passado,onde nem
sempre fora apenas sofrimento.Encontraram os corpos certos para se passar por
ela e o pequeno príncipe e oficializar a morte de ambos,era preciso dar seu
aval e por mais assustador que pudesse parecer,era necessário,sua liberdade e
de sua família estava em jogo,ela era procurada e chegou a hora de dar um basta
a esta perseguição.
A família totalmente
alheia ao que se passava, planejavam suas festas e suas listas de presentes, os
filhos apesar do padrão de vida altíssimo não eram mimados nem exigentes, os
pais souberam educa los como seres conscientes e solidários com as diferenças
sociais e culturais e praticavam atos de caridade e trabalhos voluntários junto
com a mãe que os preparava para serem verdadeiros homens.
O príncipe pai
colaborava com algumas ONGs que ajudam pessoas em vários países, um dos
trabalhos mais interessantes era de uma ONG que pedia para você comprar uma
cabra e doar a uma criança pobre, que se alimentaria do leite por anos e
estaria livre de morrer por inanição. Para estas crianças o leite era mais
importante que brinquedos ou roupas e os resultados eram surpreendentes.
Quando a
"morte" da princesa e o filho foi divulgada no reino das grandes
possibilidades ela teve que manter toda a farsa e isso implicava em não contar
à ninguém nem mesmo a sua melhor amiga que ao saber,sofreu e chorou muito,foi
uma decisão dolorosa,mas tudo tinha que ser minuciosamente articulado e
executado para não deixar nenhuma brecha,qualquer vacilo poderia por tudo a
perder.
A tristeza era
enorme e não demorou muito para os informantes do “falecido” comprovarem a
morte da princesa e seu herdeiro, um dia ela saberia quanta dor causou aquele
homem de vida dupla, tão temido e poderoso que ao receber a noticia decretou
três dias de luto no país, e não escondeu sua dor diante dos subalternos. No
país onde o tráfico de drogas era a maior economia, houve luto. Não há dúvida
de que os brutos também amam.
Na Austrália a
família segue com as festividades, com novos amigos e nenhum parente porque
ambos romperam com os laços familiares por razões diferentes e fortes.
Na historia do
mundo paralelo os laços com as crianças vitimas de violência se solidificavam e
eles confiavam naquela nova mãe que aos poucos os transformava em crianças como
eles deveriam ser: com esperança no futuro, sonhos e a alegria de ter uma família.
Nos fins de semana na chácara as crianças se sentiam mais confiantes e aos
poucos foram contando a verdade sobre o que realmente aconteceu com eles: foram
arrancados de suas famílias por armação do projeto que usando o fato de
pertencerem à famílias muito pobres e sem instrução alguma,foi fácil plantar
uma mentira junto com o conselho tutelar,juiz e promotor e falsas testemunhas
para formarem um grupo de vitimas de violência que seria mantido por
Ongs,Governo,Federal, Estadual e Prefeitura,o objetivo do projeto foi
descoberto mais tarde pela princesa que começou pelas histórias das crianças
investigar por conta própria a veracidade dos fatos.
As roupas que
chegavam em sacos de lixo por doação vinham com nota fiscal superfaturada como
se fossem novas e compradas,as mães sociais semianalfabetas assinavam as notas
sem questionar,mas a princesa tinha formação superior,era uma pessoa correta e
honesta e começou “questionar” e investigar tudo.Quando perceberam que se
tratava de uma pessoa com certa influência e viram que ela se recusava a
assinar as notas superfaturadas e não aceitava que os meninos maiores passassem
os fins de semana longe dela com padres pedófilos repugnantes que ela teve que
ameaçar com a imprensa a desmascará-los,decidiram se livrar dela o mais rápido
possível.
Tiraram as
crianças da casa sem dar-lhes a chance sequer de despedir-se,a princesa
procurou o juiz sem saber que ele comandava a quadrilha toda,pediu ajuda a um
padrinho deputado federal que lhe aconselhou “deixar pra lá”porque eram pessoas
“influentes” na comunidade e chegaram a ameaçar tirar seus próprios filhos dela
e ela sequer podia contar com o marido que não passava de um
medroso,covarde,que se preocupava apenas com ele mesmo.As crianças que foram
remanejadas para outras casas,mesmo vítimas de mentiras contra a pessoa que
elas aprenderam amar como mãe,não acreditavam em nada que lhes falavam,elas
sabiam quem eram os bandidos e nada os impediria de buscar sua mãe de volta.
Fugiram diversas
vezes em busca da princesa mãe,mas policia e conselho os impedia,um dia por
acaso ou melhor por permissão de Deus se encontraram em pleno centro da cidade
em uma praça cheia de camelôs bastante movimentada,eles estavam indo ao
psicólogo e a princesa passava na rua caminhando quando ouviu os gritos das
crianças,foi um encontro emocionante e quem viu chorou,eles gritavam,abraçavam
e beijavam a mãe do coração as pessoas olhavam emocionadas sem entender o que
estava acontecendo,a coordenadora do projeto e o motorista tentavam
arrancá-los,mas as pessoas formaram uma roda e começaram apoiar as crianças,era
nítido o amor que sentiam uns pelos outros e não tinha como não chorar,ate
mesmo a coordenadora e o motorista choraram,a princesa teve que ser forte,se
despediu prometendo que jamais iria esquecê-los e que orava por eles todas as
noites,que eles deveriam continuar orando como aprendeu com ela e que um dia
talvez voltassem a ser uma família.
A tragédia afetou
ela e os filhos de forma gravíssima, tinham momentos de depressão e sem apoio
ou ajuda de ninguém, a filha passou a ter problemas na escola, o filho agora
adolescente passou a ter uma certa rebeldia e se afundou nos jogos como forma
de não enfrentar a tristeza da separação com os “irmãos” do coração e a
ignorância do plebeu pai não ajudava em nada só piorava a situação,ele
implicava com o uso da internet,com os jogos,proibia o filho de jogar o que o
levava a fugir de casa para jogar nas lan houses.
Não demorou muito
para princesa perceber um desvio de conduta no caráter do plebeu e ela percebeu que cada
dia que passava ele se tornava uma pessoa mais invejosa,intolerante,e que
conseguia deixar a família toda mal.Suas palavras eram sempre negativas e mesmo
não sabendo conversar corretamente ele era dado a longas e intermináveis
conversas que não levavam a lugar algum e causavam grande desconforto.Era um
caso psiquiátrico mas agora sem um emprego,voltaram para chácara,como falar ao
plebeu que ele precisava de tratamento? Melhor fantasiar aquela realidade, temperar
com uma dose de esperança, buscar ajuda de Deus e escrever uma nova história,
afinal... ela era boa nisso.....to be continued
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